sábado, 20 de junho de 2015

Mikel Dufrenne
Se quisermos educar o nosso gosto frente a um objeto estético, a subjetividade precisa estar mais interessada em conhecer do que em preferir. Para isso, ela deve entregar-se às particularidades de cada objeto. Nesse sentido, ter gosto é ter capacidade de julgamento sem preconceitos. É deixar que cada uma das obras vá formando o nosso gosto, modificando-o. Se nós nos limitarmos àquelas obras, sejam elas música, cinema, programas de televisão, quadros, esculturas, edifícios, que já conhecemos e sabemos que gostamos, jamais nosso gosto será ampliado. É a própria presença da obra de arte que forma o gosto: toma-nos disponíveis, faz-nos deixar de lado as particularidades da subjetividade para chegarmos ao universal. Mikel Dufrenne, filósofo francês contemporâneo, explica esse processo, diz que a obra de arte. 
...convida a subjetividade a se constituir com o olhar puro, livre abertura para o objeto, e o conteúdo particular a se pôr a serviço da compreensão em lugar de ofuscá-la fazendo prevalecer as suas inclinações. À medida que o sujeito exerce a aptidão de se abrir, desenvolve a aptidão de compreender, de penetrar no mundo aberto pela obra. Gosto é, finalmente, comunicação com a obra para além de todo saber e de toda técnica. O poder de fazer justiça ao objeto estético é a via da universalidade do julgamento do gosto.

Maurice Merleau-Ponty

Segundo o filósofo, a esfera humana é uma espécie de ‘intermundo’, o qual pode ser explicado como o contexto histórico, a simbologia, ou a verdade a ser construída, algo que acena com a possibilidade de uma significação das coisas, apesar de todos os paradoxos existenciais; nesse campo o Homem depositaria todas as suas expectativas. Neste ‘intermundo’ cada ser é visto pelo outro como uma fração de mundo, a interação entre as consciências e a ligação dialética entre o proprietário e o escravo. 
As obras mais significativas de Merleau-Ponty são as de natureza psicológica, entre elas A Estrutura do Comportamento, de 1942, e Fenomenologia da Percepção, de 1945. Na sua fase mais política ele elaborou uma série de ensaios de teor marxista na publicação Humanismo e Terror, de 1947, uma apologia do comunismo soviético de fins da década de 40. Em 1955 ele passa por uma modificação na sua visão sobre este regime, no ensaio As Aventuras da Dialética, de 1955, no qual o marxismo é visto como apenas mais um método para se alcançar a verdade.

Gilles Deleuze
Obviamente que para Deleuze inspirar não é necessariamente sentar e esperar a inspiração como os poetas ou os compositores. Essa iluminação poética pode ajudar. No entanto, somada a longas e boas horas de preparação. A inspiração nada mais é do que o fruto da preparação. É sentar preparar, ler, reler, refletir, meditar, levantar hipótese, apresentar soluções. Enfim estar preparado para dialogar com seus alunos. Aqui entra outra problemática considerável. Como conseguir dialogar em uma sala com uma predominância de adolescente que falam de tudo, menos dos assuntos referentes às disciplinas? Deleuze via a preparação da aula como um ensaio – um laboratório. E para que a peça (aula), não houvesse contratempo, teria que haver muito ensaio, ou seja, profunda e fecunda preparação. 
Tudo esta preparado para a grande peça, a apresentação final, ou seja, a aula. Normalmente quando a peça não é boa ouve-se barulho, gente conversando, andando e atrapalhando o desenvolvimento da apresentação. No entanto quando o espetáculo é bom, à maioria se concentra e presta atenção. Também não tomemos esse exemplo (peça) insinuando que o público (aluno) não deva participar do roteiro central. Ao contrário o “público/aluno” nessa apresentação é totalmente interativo, real, presente e que cobrará de você professor o melhor desempenho e atuação. Talvez essa seja uma formar de interagir e dialogar com os alunos que falam uma linguagem diferente da nossa. Não é colocar a culpa do baixo desempenho dos alunos nos professores. E sim fazer dos alunos atores do seu próprio conhecimento com a direção do grande mestre: o professor.

Hudson Alves Machado

Um comentário:

  1. Bom ele foi muito feliz em suas palavras, pois falou em cada ponto de vista dos filósofos, falando de forma como dialogar com os alunos. E seus pensadores e suas área e que pensa do corpo e mente interagindo junto será que nosso corpo e uma prisão realmente da mente? Devemos estudar corpo e mente de mesma forma?
    Ailton Antonio da Silva

    ResponderExcluir