quarta-feira, 3 de junho de 2015

DIANTE DE UMA REALIDADE CULTURAL (CAFÉ COM PROSA)

O movimento pós-moderno remete ao conhecimento produzido como sendo equivalente em todos os sentidos, inclui assim, a virada linguística como movimento filosófico do século XX, centrado na linguagem. Diante disso, toda linguagem contextual está sujeita a mudanças de acordo com cada interesse, pois a verdade está relacionada aos tipos de crenças ou culturas. Nesse sentido, o discurso/linguagem se torna coerente para ambas, fazendo com que o critério de avaliação objetive a legitimidade. Dessa forma, seria possível contextualizar verdade através da linguagem sem incluir os princípios morais e éticos do cidadão?
Existem questões de crenças e dogmas, em algumas tribos indígenas, que foram adotadas em sua cultura. Algumas etnias acreditam que gêmeos representam o bem e o mal e, desta forma um viria para fazer o bem e o outro para amaldiçoar a tribo, assim, por não saber quem é quem, encerram com a vida de ambos. Outras creem que só os bichos podem ter mais de um filho de uma só vez, diminuindo o homem a condição de animal, ou seja, irracional. Se a verdade e a justiça se entrelaçam e não há justiça quando a verdade é completamente relativizada, como é possível aceitar a prática do infanticídio dentro das tribos e dizer que é cultural? Não se esta pretendendo dizer que os indígenas não podem cultuar suas crendices, nem que eles abandonem suas origens, o que se pretende é uma solução para esse tipo de caso, que possuem crenças morais conflitantes, sem que seja preciso interferir na preservação de suas culturas.
O “relativismo cultural” fere o direito à vida. O Brasil, por exemplo, condena a mutilação genital de mulheres na África, mas permite a violação dos direitos humanos nas aldeias. Deve haver um retorno ao sentimento, à explosão religiosa e a um novo comportamento diante do mundo, do outro, de si mesmo e de Deus. Em poucas palavras, do “moderno” nasce a “modernidade” e esta foi transformada em “pós-modernidade”. É um tempo de mudança, de deixar morrer o tradicional, de abandonar o velho e abraçar o novo, de quebrar paradigmas e estabelecer novas formas de vida e valores. É tempo de ser diferente, de inventar diferenças e conviver pacificamente com o diferente.
“É difícil entender como qualquer opinião possa ser errada ou qualquer prática, injusta”. Nanda.

                                                                                              Por Rosicléa Mattos

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