O filme nos remete a situações de questionamento sobre
nossas ações e omissões cotidianas, por exemplo: “Nunca libertamos uma mente
após ela atingir certa idade. É perigoso. A mente tem problemas em esquecer.”
Este trecho do filme me fez pensar o quanto é difícil flexibilizar uma mente
construída, as mentes são aprisionadas em verdades absolutas, que em sua
maioria são veiculadas pela mídia, mas isso é uma outra reflexão. Quando
aprendemos algo o qual já éramos acostumados a fazer de certo modo, e esse novo
modo é mais eficiente, pode-se notar que nós, adultos, nos sentimos contrariados,
o ego ecoa dentro do ser, e essa é uma das barreiras que nos impedem esquecer o
modo primário.
O seguinte trecho também nos ajuda a entender a reflexão
citada acima: “Você precisa entender que a maioria dessas pessoas não está
pronta para acordar. E muitos estão tão inertes, tão dependentes do sistema que
vão lutar para protegê-lo.” Essas mentes inflexíveis, por vezes, estão tão
acomodadas que tendem a não aceitar a opinião alheia e vão discordar de todos
que pensarem diferente, idealistas radicais, às vezes tão extremos que chegam a
ser absurdos. Mas o que é absurdo? Qual é a medida exata das ideias e ações? O
que é absurdo para você, pode ser comum para mim, minha realidade. Essas
indagações me fizeram relembrar outro trecho do filme: “Cedo ou tarde você vai
perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o
caminho.” Quando julgamos extremismos, esquisitismos e extravagâncias, não
levamos em consideração o meio em que essas mentes desenvolveram esses
adjetivos, e mesmo que considerássemos ainda não saberíamos como é pensar
assim, a menos que vivenciássemos exatamente as mesmas coisas, passar pelos
mesmos processos psíquicos, literalmente ter estado na pele no outro, andar por
onde andou e passar pelos mesmos obstáculos e dificuldades que passou. Creio
que essa compreensão da diferença entre conhecer e percorrer, é o que tornará
as mentes flexíveis e homogeneizar o pensamento humano.
H. Andreu
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